O ministro
do Trabalho, Carlos Lupi, transformou seu cargo, no ano passado,
numa festa de boas notícias. Periodicamente, ele mostrava,
orgulhoso, o aumento do emprego e seus recordes, como se fossem
uma obra do governo --o que, significava, por tabela, também
sua vitória pessoal. O que é, obviamente, uma
ilusão de marketing.
A ilusão aparece agora quando diminuiu, para dizer
o mínimo, a festa dos anúncios. Qual é
agora a reação do ministro? Culpar as empresas.
Ele defende que, em troca de apoio oficial, as empresas se
comprometam a não demitir. O governo era responsável
pela boa notícia, mas nada tem a ver com a má
notícia.
Assim como as empresas não eram moralmente boas porque
contratavam --fazem isso porque contratar significa mais lucros
-, elas não demitem porque são "ruins",
mas apenas porque precisam balançar suas contas.
Uma das melhores posições que o governo poderia
ter para garantir o emprego, além de gastar menos e
melhor para reduzir impostos e sobrar mais recursos ao investimento,
era defender a flexibilização das leis trabalhistas.
O que garante emprego é o crescimento econômico
combinado com a melhoria da educação --e o que
garante isso é o estímulo ao empreendedorismo
e inovação. O resto é ilusão,
como os anúncios do ministro.
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
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