Por mais
força que tente fazer, não consigo entender
o bombardeio que lideranças sindicais vêm fazendo
à proposta do governo de São Paulo de premiar
as escolas com base no desempenho dos alunos.
Sempre enfatizei, nesta coluna, que o professor é
uma vítima das péssimas condições
de ensino e que seria uma injustiça responsabilizá-lo
isoladamente pela indigência educacional. Os sindicatos
fazem muito bem em tentar evitar essa injustiça, mas
cometem uma injustiça com os mais pobres ao atacar
o sistema de mérito.
O que se está propondo é avaliar a escola com
base nela mesma, ou seja, com base em sua própria evolução.
Não será comparada com a rede, para evitar uma
situação desigual, pois disputaria com colégios
de bairros mais ricos. Mais: promete-se (e aí vamos
ter de checar) que haverá um apoio especial às
unidades mais mal colocadas no ranking geral. Isso significa
que os que estiverem por baixo terão as maiores chances
de ganhar mais.
Com esse estímulo, a escola vai se sentir sócia
do sucesso do aluno - e não do seu fracasso. É
o que tem sido visto em vários lugares em que o sistema
de mérito foi aplicado.
Só consigo entender a oposição a essa
concorrência como uma mediocridade corporativa, da qual
os filhos dos trabalhadores são as maiores vítimas,
pois são eles que estudam nas escolas públicas.
Só os medíocres, irremediavelmente acomodados,
não gostam do reconhecimento do talento e do esforço.
No mais, é um ruim exemplo aos alunos.
Professores
explicam a paralisação marcada para sexta-feira
A revolta dos medíocres
Nova
agenda da educação de São Paulo
SP
premiará escola que evoluir no desempenho e na gestão
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
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