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Os próximos oito dias serão
decisivos para a inclusão de mais nove milhões
de pessoas no racionamento de água na região
metropolitana de São Paulo. O Governo, de acordo com
o secretário de Estado de Energia, Recursos Hídricos
e Saneamento, Mauro Arce, já está preparando
um esquema de rodízio para o Sistema Cantareira, responsável
pelo abastecimento de parte da Capital e São Caetano
do Sul. A Sabesp conta com as chuvas e a redução
do consumo para evitar a redução do fornecimento.
O Sistema Cantareira estava ontem
com apenas 7,1% de sua capacidade. Ele continua perdendo,
em média, 0,3% por dia. Por essa tendência, as
represas atingirão 5% no dia 27. Em setembro, esse
índice foi anunciado como limite pelo superintendente
da Unidade de Produção de Água da Sabesp,
Paulo Massato.
Arce, por sua vez, tem afirmado ser
possível operar as represas até esvaziá-las
e que anunciará uma decisão sobre a implantação
do racionamento no Sistema Cantareira até o início
de novembro. O secretário conta com a chegada das chuvas
e a colaboração da população na
redução do consumo para evitar implantar um
inédito e complexo esquema de rodízio no Cantareira,
que nunca enfrentou tal situação.
O Cantareira atende 49,6% da população
da região metropolitana, fornecendo água para
a Zona Norte e região central da Capital, partes das
zonas Leste e Oeste, além de São Caetano do
Sul. O Sistema Alto Tietê, que ontem estava com 21,1%
de sua capacidade, também corre risco de enfrentar
racionamento.
A previsão dos meteorologistas
não é animadora. Segundo Gilca Palma, da Climatempo,
os até 50 milímetros de chuva esperados para
essa semana não ocorreram. “Frente-fria agora
só no dia 27, quando poderá ocorrer precipitações
de 30 milímetros, insuficientes para resolver o problema”,
disse.
Micheline Coelho, do Instituto Nacional
de Meteorologia (Inmet), explicou não ser possível
prever a intensidade das chuvas com precisão até
o final do mês. “Mas a perspectiva não
é animadora”, afirmou.
A queda da temperatura e as poucas
chuvas que caíram na região metropolitana terça-feira
e ontem ajudaram a desacelerar o esvaziamento dos outros cinco
sistemas da Sabesp. O Alto Cotia, o Rio Grande e o Rio Claro
estabilizaram, enquanto o Alto Tietê caiu apenas 0,1%.
No Guarapiranga a diminuição foi de 0,3%.
As chuvas simplesmente ignoraram
a região do Cantareira. Nas represas do sistema, a
Sabesp registrou apenas 0,2 milímetros de precipitação.
Na Represa Billings, que fornece água para o Sistema
Rio Grande, choveu 11,2 milímetros.
As informações
são do jornal Diário de S. Paulo.
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