A rede de 74 hospitais filantrópicos
da capital paulista informou estar sem receber recursos para
custeio desde o último mês. "Só receberam
uma antecipação do serviço prestado em
agosto, com base em valores de julho", afirma Maria de
Fátima da Conceição, superintendente
técnica da Federação das Santas Casas
e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo.
"Assim não chegamos abertos ao fim do ano."
Problemas de "consistência
na base de dados" causaram o atraso, informou a Prefeitura
de São Paulo por meio da assessoria de imprensa da
Saúde.
A reportagem pediu um detalhamento
dos problemas, mas a prefeitura não deu resposta. Ao
assumir a gestão plena do sistema de saúde,
em agosto, o município passou a ser responsável
pelo pagamento da rede conveniada. Segundo a assessoria, a
situação será normalizada em breve.
De acordo com Conceição,
há prejuízo especialmente para as atividades
de média e alta complexidade, como quimioterapia e
hemodiálise. Os hospitais filantrópicos conveniados
da cidade recebem R$ 20 milhões do total de R$ 30 milhões
por mês que o SUS (Sistema Único de Saúde)
repassa para essas ações no município.
Segundo a superintendente técnica,
o atraso já afeta os serviços. A Santa Casa
de Santo Amaro informou em uma reunião na manhã
de ontem que terá de cortar metade do atendimento.
O Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho, também da Santa
Casa, diminuiu as sessões de quimioterapia. O corte
também já afeta o atendimento pelo SUS do Hospital
do Câncer e do Hospital Santa Marcelina, diz Conceição.
A rede conveniada supera, em número
de unidades, os serviços de saúde municipais
e estaduais da cidade.
FABIANE LEITE
Da Folha de S. Paulo
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