A curto prazo, São Paulo
está longe de resolver os problemas provocados pelo
excesso de caminhões que circulam diariamente na cidade
transportando, carregando e descarregando mercadorias. Para
especialistas, a cidade precisa discutir soluções
antes de impor decisões. "Não há
solução imediata. A cidade foi malfeita e agora
temos de viver remendando", criticou o engenheiro Luiz
Célio Bottura, do Instituto de Engenharia.
Entre as sugestões, estão
mudança de perfil da frota de abastecimento, estimada
em 200 mil caminhões por dia, e reserva de mais espaços
para estacionamento. "É preciso repassar a responsabilidade
também para quem contrata esses serviços",
disse.
Criar centros de redistribuição
de carga seria outra saída. "Em países
desenvolvidos, existem os chamados centros de transferência
de carga, que são depósitos próprios
para a distribuição. Essas ações
integradas poderiam dar bons resultados."
Ele sugere ainda a entrega noturna,
uma proposta em análise pela Companhia de Engenharia
de Tráfego (CET). Pelo estudo de mobilidade de bens
de serviços da companhia, a cidade teria um impacto
reduzido do tráfego durante o dia. A CET estima que
até 50% da frota poderia ser transferida para o período
noturno.
O presidente da Associação
Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca
Lopes, acrescenta ainda a necessidade de tirar da cidade os
caminhões em trânsito. "Acredito que a conclusão
do Rodoanel será fundamental para isso", disse.
"Mas a Prefeitura precisa ampliar essa discussão,
ouvir todos os setores envolvidos."
As informações
são do jornal O Estado de São Paulo.
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