A maioria dos portadores de deficiência
no país mora em área urbanizada, tem até
três anos de escolaridade e é mulher. Quase a
metade deles (48%) ocupa a posição de chefe
de família. No Brasil, cerca de 24,5 milhões
de pessoas são portadoras de algum tipo de deficiência
física ou mental, o que representa 14,5% da população
em 2000.
Esses dados fazem parte do livro "Retratos
da Deficiência no Brasil", lançado ontem
em Brasília. Pela primeira vez, uma publicação
reúne informações de vários setores
- saúde, educação, trabalho - relacionadas
aos portadores de deficiência.
"A principal característica
da pesquisa é abordar tipos e graus de deficiência
combinados com uma variedade de atributos sociodemográficos
e políticas associadas ao setor", diz Marcelo
Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação
Getúlio Vargas e responsável pelo trabalho.
Produzida em parceria com a Fundação
Banco do Brasil, a publicação utilizou números
do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística) e de vários ministérios.
A renda do portador de deficiência
é, em média, R$ 100 menor que a média
geral - R$ 529 contra R$ 628 -, mesmo tendo jornada semelhante.
"As políticas existentes
para inclusão das pessoas com deficiência atacam
consequências, e não as causas da insuficiência
de renda. É importante pensar em ações
complementares que dêem motivações para
que esse grupo possa avançar de maneira mais autônoma
e independente", diz o livro.
As pessoas com deficiência têm,
em média, um ano a menos de estudo em relação
à média - 21,6% nunca foram a escola.
LUCIANA CONSTANTINO
Da Folha de S. Paulo, sucursal de Brasília |