O
ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, costuma
repetir que "o governo do PT não rouba nem deixa
roubar". A realidade, porém, é que a corrupção
e a fraude são fenômenos que independem das trocas
de governo.
Os golpes com dinheiro público
sob investigação no País somam mais de
R$ 5 bilhões e muitos casos ocorreram depois da posse
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em recantos
da máquina pública que parecem impossíveis
de controlar. Além disso, as irregularidades não
poupam administrações do próprio partido
do governo.
A distribuição muitas
vezes indiscriminada de verbas e a falta de fiscalização
são as principais causas do prejuízo estimado
ao erário, que é equivalente a orçamentos
como o dos Ministérios da Defesa, dos Transportes ou
da Segurança Alimentar.
"O sistema de controle é
falho", reconhece o subprocurador-geral da República,
José Roberto Santoro, responsável por grande
parte das investigações sobre desvio de verbas
feitas pelo Ministério Público Federal. "Efetivamente
não temos um aparelho de Estado dotado para esses casos."
Ninguém no governo tem um mapa
preciso de onde ocorrem as fraudes. Elas existem em todo o
País, sendo mais freqüentes no Norte e Nordeste,
nas áreas de saúde, transportes, previdência
social, evasão de divisas e financiamentos públicos.
Neste ano, só em Pernambuco,
por exemplo, a Polícia Federal tem oito investigações
em andamento sobre recursos desviados anteriormente da Superintendência
do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que recentemente
foi ressuscitada pelo governo federal.
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