GENEBRA
– Existem no Brasil 241 rotas de tráfico de mulheres
e meninas que são usadas para a prostituição
no País e em todo o mundo. A informação
foi dada pela promotora de Justiça do Ministério
Público do Distrito Federal, Andrea Cirineo Sacco,
durante um seminário internacional na Suíça,
promovido para debater o crime organizado. Segundo ela, os
dados são de um estudo realizado pelo Ministério
da Justiça e por organizações não-governamentais
(ONGs).
A promotora explicou que, dessas rotas, 131 são usadas
para levar mulheres do Brasil para o exterior. “Os destinos
são inúmeros, mas a liderança é
da Espanha”, afirmou. Estima-se que 32 rotas estejam
sendo usadas por traficantes para chegar ao território
espanhol. A Holanda é o segundo maior destino das brasileiras
e 11 rotas estão em funcionamento para aquele país.
Na Suíça, onde vivem 6 mil brasileiras, a quantidade
de pessoas vítimas do tráfico cresce a cada
ano. De cada três brasileiras vivendo no país,
duas já são prostitutas.
Mas nem sempre as brasileiras são “exportadas”
diretamente aos países europeus. Algumas rotas passam
pela Venezuela e Suriname. Por isso, as cidades de Manaus
e Oiapoque são usadas como “portos de exportação”
pelos aliciadores. Outra cidade que acaba se tornando centro
do tráfico é Cáceres (MT).
No País, o maior número de rotas identificadas
está no Norte, com 76 esquemas de tráfico de
mulheres. A região representa 31% de todo o tráfico
que ocorre no Brasil. O Sudeste, com 35 rotas, vem em segundo
lugar, seguido pelo Centro-Oeste, com 33.
JAMIL CHADE
Correspondente do jornal O Estado de S. Paulo
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