Já está na Casa Civil
proposta de projeto de lei que permitirá a renegociação
de dívidas com o crédito educativo. O débito
chega a R$ 2 bilhões e envolve 160 mil devedores. O
governo quer enviar o texto ainda este ano ao Congresso. Depois
de aprovado o projeto, Caixa Econômica Federal e Ministério
da Educação vão formular um plano de
renegociação da dívida, informou o coordenador-geral
do Programa de Financiamento Estudantil (Fies), Antônio
Leonel Cunha. O Fies substituiu o programa de Crédito
Educativo (Creduc).
A nova legislação assegurou a manutenção
do financiamento aos alunos com contratos antigos. Mas não
trouxe artigo específico sobre acerto de débitos,
um dos maiores problemas do Creduc. Segundo Cunha, a lei atual
é “limitada” e impede a negociação
mesmo que o estudante tenha interesse em chegar a um acordo
com a Caixa.
O aluno paga juro fixo de 9% ao ano no parcelamento do empréstimo
do Fies. Mas, na época do Creduc, as parcelas eram
indexadas por índices variáveis de acordo com
planos econômico. Nos últimos contratos, por
exemplo, os juros eram de 6% mais a taxa referencial, tornando
inviável o pagamento das mensalidades.
“Tem contrato que se transformou em uma verdadeira
salada de fruta”, disse Cunha. O saldo devedor é
muito grande, semelhante à situação dos
mutuários da Caixa.
Descontos
O plano de renegociação, a ser elaborado
depois da mudança da lei do financiamento estudantil,
estabelecerá descontos para o aluno devedor que quiser
quitar o débito. Mas Cunha informa que ainda não
há um porcentual definido. Dependerá de análises
da carteira do financiamento estudantil – hoje 85% dos
contratos foram feitos com a CEF e 15% diretamente com o Ministério
da Educação. Mas o coordenador adianta que o
desconto será negociado caso a caso.
O refinanciamento ajudaria pessoas como a publicitária
Najara de Oliveira Amano, de 27 anos. Formada em 1999 pela
Universidade de Mogi das Cruzes, ela teve 80% de suas mensalidades
financiadas pelo Fies. “Só estudei porque tive
o Fies.”
Após a formatura, ela começou a saldar a dívida.
Pagava cerca de R$ 170,00 por mês, mas desde o ano passado
começou a ter dificuldades. “Passei a ter outras
despesas que não esperava”, disse Najara, que
ainda tem dois anos pela frente para quitar a dívida.
“Se esse refinanciamento for aprovado e se eu tiver
condições, quitarei de uma vez essa conta.”
Hoje a Prefeitura lança um programa de concessão
de bolsas para universitários de baixa renda que estudem
em instituições de ensino de São Paulo
que aderirem à isenção parcial do Imposto
sobre Serviços (ISS).
Sandra Sato,
do O Estado de S. Paulo.
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