Nem Curitiba, PR, considerada a
cidade modelo do país, está a salvo da violência
que tomou conta das escolas brasileiras. Não por acaso,
boa parte dos alunos e professores se sente insegura, sofre
ameaças, agressões e, em alguns casos, chega
a faltar às aulas por medo.
Esse é o diagnóstico feito por uma pesquisa
conduzida pela Unesco no Brasil sobre a falta de segurança
no ambiente escolar. A pesquisa ouviu 30 mil jovens e 2,5
mil professores, de escolas públicas e particulares,
em 14 estados, e é um painel amplo sobre como a violência
é "sentida" nas instituições
de ensino.
Pouco mais de 60% dos estudantes entrevistados disseram considerar
o ambiente escolar inseguro e quase um terço deles
afirmaram que foram vítimas ou conhecem alguém
que sofreu alguma ameaça dentro da escola. O mais grave,
porém, é que um quinto dos alunos e professores
foram testemunhas ou alvo de agressões nas dependências
escolares. Para completar o quadro, os educadores enfrentam
a concorrência das drogas, sendo que a mais comum é
o álcool.
Em outro estudo coordenado pela Unesco, pesquisadores analisaram
escolas que conseguiram melhorar a relação com
os alunos e com a comunidade e se tornaram focos de combate
à violência. Foram encontrados nove pontos comuns
às experiências das 14 instituições
avaliadas.
Na prática, os projetos escolares criaram canais de
diálogo com os alunos e permitiram que eles assumissem
responsabilidades. Em alguns locais, a quadra esportiva foi
aberta para o uso da comunidade, tornando-se um local de lazer
antes inexistente na região. Outras iniciativas envolvem
atividades culturais, como teatro e música.
Numa escola do Rio de Janeiro, por exemplo, o grêmio
estudantil ganhou quatro computadores e agora os alunos são
responsáveis pelas regras de uso e pela conservação
do equipamento.
A Unesco também mantém o programa "Abrir
Espaços", que ajuda as escolas a manterem a estrutura
aberta para a comunidade nos finais de semana. Numa instituição
do Rio de Janeiro, a ação fez com que a sensação
de insegurança caísse 30%.
As informações são
do jornal Gazeta do Povo – PR.
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