A atitude dos estudantes Felipe
Caffé, 19, e Liana Friedenbach, 16, que mentiram aos
pais sobre a viagem que fariam juntos (contaram que iriam
com amigos), deve ser vista com "naturalidade" e
não é sinal de problema familiar.
A opinião é de Ana Bahia Bock, presidente
do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo. "Uma
relação adequada entre pais e filhos não
é aquela em que se conta tudo. Os pais estão
errados quando exigem dos filhos todas as informações.
Eles também não contam tudo aos filhos",
diz.
Segundo ela, os pais devem abrir diálogo, mas esse
procedimento "não evita mentiras". "Elas
são usadas para evitar conflitos desnecessários.
Abrir diálogo não é exigir que os filhos
contem tudo sobre suas vidas. Existe uma intimidade que pode
e deve ser preservada", afirma Bock.
Maria Abigail de Souza, do Instituto de Psicologia da USP,
afirma que existe um "espaço do segredo e da intimidade"
dos adolescentes e que a mentira é preocupante dependendo
de sua frequência, intensidade e do padrão de
educação de cada família.
Ela diz que os pais têm de ser "autênticos"
em suas posições -independentemente de serem
mais ou menos rígidos, devem ser coerentes. "Quando
eles conversam e mostram os argumentos, os filhos tendem a
aceitar mais. O respeito e a confiança são construídos
desde criança", afirma.
"Ficou disseminada a impressão de que é
preciso liberar tudo. Mas não é bem assim. O
limite precisa existir. O caminho é buscar a autenticidade
e não os padrões de fora de casa", diz.
As informações são
da Folha de S. Paulo.
|